A simples possibilidade de Mário Negromonte Júnior desembarcar no PSB já acendeu o alerta no partido. E não é um alerta qualquer: vem direto de Recife, onde João Campos, presidente nacional da sigla, está montando suas peças para 2030 e enxerga no deputado baiano um elo valioso com o Centrão. O problema? Nada disso passa por Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, contrária à operação e cada vez mais isolada. Nas contas internas, a entrada de Mário poderia esvaziar o partido na Bahia, ameaçar a própria reeleição da socialista e, de quebra, colocá-la frente a frente com outra dor de cabeça: perder o comando da legenda. A movimentação ainda derruba peças na fila. Vítor Bonfim pode não conseguir filiação. Bebeto Galvão já percebeu que sua rota para voltar à Câmara ficaria mais estreita. E Fabíola Mansur sabe que a chegada em bloco dos pepistas transformaria sua votação num desafio olímpico. Há também o constrangimento ideológico: Mário votou a favor da PEC da Blindagem, justamente o tipo de pauta que o PSB gosta de colocar na prateleira “do contra”. Como resumiu um aliado: “Não sei se um cacique quer virar índio.” Enquanto isso, João Campos segue determinado a fortalecer sua rede para 2030 — e a Bahia virou peça central no tabuleiro.

